A caderneta de poupança segue registrando retiradas expressivas. Em fevereiro, os saques superaram os depósitos em R$ 8,007 bilhões, marcando o segundo mês consecutivo de saldo negativo, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (12).
O início de 2025 tem sido desafiador para a aplicação tradicional dos brasileiros. No acumulado do ano, a poupança já registra um fluxo negativo de R$ 34,233 bilhões, refletindo uma tendência que já se desenhava nos últimos meses.
Nos últimos oito meses, apenas dezembro registrou captação positiva.
O relatório mostra ainda que a poupança rendeu R$ 6,431 bilhões e o saldo está em R$ 1,010 trilhão.
Por que os saques continuam altos?
Dois fatores ajudam a explicar essa movimentação: o alto endividamento das famílias e a baixa atratividade da poupança frente a outros investimentos.
Com a taxa Selic atualmente em 13,25% ao ano, diversas opções de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, oferecem rentabilidades mais vantajosas.
Atualmente, a poupança remunera o investidor com a Taxa Referencial (TR) somada a um retorno fixo de 0,5% ao mês. Essa fórmula se aplica enquanto a Selic estiver acima de 8,5% ao ano.
Entretanto, com a inflação corroendo parte do poder de compra e a renda das famílias pressionada, muitos brasileiros têm optado por resgatar seus recursos.
Os dados do Banco Central mostram que os saques atingiram tanto o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que teve um saldo negativo de R$ 5,058 bilhões, quanto a poupança rural, que registrou saída líquida de R$ 2,949 bilhões.