Pouco mais de uma semana após a conversa por telefone com o americano Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que usou a idade parecida para conquistar o americano e chamá-lo de “você” durante a ligação. Ao celebrar o entendimento que teve com o republicano, o petista brincou ainda que pintou uma “indústria petroquímica” entre eles, uma forma de maximizar a “química” citada pelo próprio Trump.
— Quando eu fui falar com o Trump, eu não conhecia ele, a gente estava de mal. (Mas) tinha gerado uma química na ONU — começou Lula. — Então, ele me ligou e eu falei: “Presidente, eu queria estabelecer uma conversa sem liturgia. Eu estou fazendo 80 anos hoje, você vai fazer dia 14 de julho. Significa que sou oito meses mais velho que você. Então vamos nos tratar por ‘você’, sem liturgia”. E comecei a falar o que eu achava que tinha que falar. Não pintou uma química, pintou uma indústria petroquímica.
‘Não foi química, foi indústria petroquímica’, diz Lula sobre encontro com Trump
O petista confirmou que ocorrerá amanhã uma conversa entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para negociar o tarifaço. Também entrarão na pauta, em Washington, as sanções dos EUA a autoridades brasileiras. Vieira chegou na segunda-feira à capital americana.
— Amanhã (quinta), vamos ter uma conversa de negociação e, eu estou dizendo isso para vocês, porque a relação humana é química — prosseguiu.
Lula tem como hábito usar a descontração para fazer diplomacia. Outro republicano dos Estados Unidos, George W. Bush, foi “conquistado” pelo brasileiro por causa da “química” inesperada que se viu no Salão Oval da Casa Branca em dezembro de 2002.
A tendência é que Lula e Trump tenham em breve uma conversa bilateral cara a cara. Uma das possibilidades é ainda este mês, na Malásia, durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que será prestigiada pelos dois.