Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central elevaram para 7,58% a expectativa para a inflação no país em 2021.
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O resultado da pesquisa foi divulgado pelo BC nesta segunda-feira (6) dentro do chamado Relatório Focus, que toda semana traz estimativas de analistas que atuam em instituições financeiras para indicadores da economia brasileira.
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No relatório anterior, divulgado na semana passada, esses analistas estimavam que a inflação no país, medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficaria em 7,27% ao final de 2021.
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A nova alta, para 7,58%, divulgada nesta segunda, é a 22ª seguida registrada pelo Relatório Focus.
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Esse índice também corresponde a mais que o dobro da meta central para inflação para este ano, de 3,75%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que precisa ser perseguida pelo Banco Central.
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Pelo sistema vigente no país, o Banco Central cumprirá a meta de inflação deste ano se o IPCA ficar entre 2,25% e 5,25%. A projeção do mercado financeiro, entretanto, tem ficado cada vez mais acima do teto da meta.
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Alta de preços
A ferramenta utilizada pelo Banco Central para perseguir a meta estabelecida pelo CMN é a taxa básica de juros, a chamada Selic.
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Quando a inflação está em alta e ameaça o cumprimento da meta, o BC normalmente eleva a taxa Selic, o que provoca o encarecimento dos empréstimos bancários, por exemplo.
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O objetivo desta medida é reduzir o consumo no país e, com isso, frear a alta de preços dos produtos. Essa medida, entretanto, tende a provocar o desaquecimento da economia e, consequentemente, mais desemprego.
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Em julho, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 8,99%, a mais alta desde maio de 2016, quando ficou em 9,32%. No ano de 2021, até julho, o IPCA acumula alta de 4,76%.
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Para 2022 os analistas elevaram suas estimativas de alta nos preços de 3,95% para 3,98%.
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Além da pandemia, que afetou a produção mundial e gerou a escassez de alguns produtos, no Brasil a crise hídrica, que vem provocando a alta no preço da energia elétrica, contribui para pressionar a inflação.
Produto Interno Bruto
Já para o desempenho da economia brasileira neste ano, houve queda na estimativa dos analistas, de acordo com o Banco Central.
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Na visão do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) deve registrar alta de 5,15% em 2021. No Boletim Focus divulgado na semana passada, era estimada uma alta de 5,22%. Para 2022, reduziram a previsão de cre4scimento econômico de 2,00% para 1,98%.
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Taxa básica de Juros
As expectativas para a taxa básica de juros subiram tanto para o final deste ano quanto do próximo, em meio a novas elevações nas estimativas para a inflação e piora no cenário econômico, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
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Os especialistas consultados passaram a ver a Selic a 7,63% no final de 2021 na mediana das projeções e a 7,75% em 2022, contra 7,50% antes para ambos os casos.
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O Banco Central volta a se reunir nos dias 21 e 22 de setembro para decidir sobre os juros diante de um pano de fundo de inflação persistentemente alta e fraqueza da atividade econômica
Outras previsões:
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