Brasil deve se declarar livre da gripe aviária nesta quarta

O Brasil deve se declarar livre de gripe aviária nesta quarta-feira (18), após ficar 28 dias sem registrar um novo caso da doença em granja comercial.

 

O prazo começou a ser contado depois de finalizada a desinfecção da granja de Montenegro (RS), onde houve o primeiro foco da doença em aves comerciais no Brasil, em maio.

 

Maior exportador da carne no mundo, o Brasil enfrenta restrições desde quando surgiu o caso em Montenegro.

 

A partir desta quarta, o governo espera que esses compradores retirem os bloqueios ou reduzam a área restrita. Mas isso não deve acontecer de forma imediata.

 

Os bloqueios são feitos para evitar a contaminação de granjas no exterior, ainda que esta seja uma possibilidade remota.

 

A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, reitera o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.

 

Por que 28 dias?

No dia seguinte ao término do processo de desinfecção em Montenegro, começou a correr um prazo de 28 dias, chamado de vazio sanitário.

 

Para se declarar livre da gripe aviária, o Brasil não podia registrar novos casos em granjas neste período.

 

Segundo o governo, os 28 dias são um tempo essencial para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades.

 

Suspeitas descartadas

Antes do caso de Montenegro, registrado em 15 de maio, o país só havia tido casos da doença em aves silvestres e domésticas, que têm pouco efeito sobre as exportações.

 

O Japão foi o único comprador, até agora, a ampliar o embargo à carne de frango por conta de casos em criações domésticas. Até a última terça, a restrição valia apenas para Montenegro ; agora, o país inclui mais duas cidades, uma em Goiás e outra no Mato Grosso.

 

O governo divulga os casos confirmados, descartados e as suspeitas de gripe aviária em uma página atualizada três vezes ao dia. Até a noite desta terça-feira, 11 investigações estavam em andamento, nenhuma em granja.

 

Desde o caso em Montenegro, o ministério investigou seis suspeitas em granjas comerciais e todas foram descartadas. Elas ocorreram em Ipumirim (SC), Aguiarnópolis (TO), Bom Despacho (MG), Anta Gorda (RS), União da Serra (RS) e Westfalia (RS).

 

Esta última envolveu um frigorífico que recebeu aves vindas de uma granja de Teotônia (RS) com sintomas que poderiam estar ligados ao vírus H5N1, causador da doença.

 

Mas tanto as suspeitas no frigorífico de Westfalia quanto na granja de Teotônia acabaram descartadas.

 

Além de Montenegro, o Brasil teve outros casos confirmados de gripe aviária nos últimos meses, em aves silvestres ou em criações domésticas. Um deles foi no zoológico de Brasília.

 

Esses focos fora de granjas vêm sendo registrados no país desde 2023. Até hoje, mais de 4.000 suspeitas foram investigadas e 174 casos foram confirmados, sendo:

  • 168 em aves silvestres;
  • 5 em criações domésticas;
  • 1 em criação comercial (Montenegro).