Em semana de reunião, mercado financeiro passa a prever corte menor de juros

 Os economistas do mercado financeiro passaram a prever um corte menor de juros nesta semana, para 10,50% ao ano. Ou seja, uma redução de 0,25 ponto percentual.

 

  • Atualmente, a taxa Selic está em 10,75% ao ano, após seis reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.
  • Na semana retrasada, o mercado financeiro ainda projetava um corte mais pronunciado na taxa de juros, de 0,50 ponto percentual, para 10,25% ao ano.

 

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, colegiado formado pelo presidente, Roberto Campos Neto, e pela diretoria da instituição se reúne nesta terça e quarta-feira (dias 7 e 8) para definirem novo patamar da taxa básica de juros, a Selic.

 

Para definir o nível da taxa Selic, o Banco Central trabalha com o sistema de metas de inflação. Se as estimativas para o comportamento dos preços estão em linha com as metas pré-definidas, pode reduzir a taxa. Se as previsões de inflação começam a subir, pode optar por manter ou subir os juros.

 

  • A meta central de inflação é de 3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.
  • No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

 

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2025.

 

A expectativa do mercado financeiro de um corte menor nos juros nesta semana aconteceu após a equipe econômica do presidente Lula propor uma redução nas metas para as contas públicas neste ano.

 

  • Para 2025, o governo propôs uma mudança da meta fiscal atual, que é de um superávit de 0,5% do PIB (+R$ 62 bilhões) para uma meta fiscal zero, sem déficit nem superávit.

 

  • Para 2026, a equipe econômica propôs uma mudança na meta vigente, que é de um saldo positivo de 1% do PIB (cerca de R$ 132 bilhões) para um superávit menor, de 0,25% do PIB — cerca de R$ 33 bilhões.

 

  • Com a redução das metas fiscais, o espaço que o governo pode obter para novos gastos públicos é de cerca de R$ 161 bilhões nos dois anos — o que pode impulsionar mais a inflação.