A taxa de famílias paranaenses que terminaram o ano com contas para pagar foi de 90,4% em 2021, segundo uma pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio).
O resultado aponta aumento do endividamento da população no ano passado, em relação a 2020, quando foi de 89,6%, e um retorno ao mesmo patamar de antes da pandemia: em 2019 também foi de 90,4%.
Apesar da alta das dívidas, a federação destaca que os números apresentam resultado animador para a economia do estado. Para o comércio, é sinal de que as famílias voltaram a procurar mais crédito para garantir o consumo.
Conforme a pesquisa, no ano passado, a maior parte da dívida dos paranaenses é composta por gastos com cartão de crédito (71,9%), utilizado também para manter as necessidades básicas das famílias.
“O cartão é utilizado para manter um padrão de consumo. Depende do rendimento das famílias, algumas estão usando até para compra de alimentos, para prioridades básicas. Vimos que a inflação atingiu principalmente as famílias de menor renda”, disse o coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio, Rodrigo Schimidt.
A pesquisa revela que uma parcela considerável de pessoas também se endividou para comprar casa própria (9,3%) ou para comprar um carro (12,2%), em 2021.
Flávio Lisboa, que é dono de uma loja de veículos, comentou que a parcela de clientes que recorreu aos financiamentos para adquirir um carro próprio teve alta significativa.
“O índice de volume de financiamento aumentou muito. Onde, antes, eram 60%, 70% o volume dos carros financiados no total de vendas, hoje pulou para cerca de 90% do total de vendas”, disse.
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