O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai se reunir hoje e amanhã para decidir qual será a taxa básica de juros (Selic). Será a primeira com uma nova composição do colegiado. Estreiam os dois novos diretores indicados pelo presidente Lula.
O ex-secretário-executivo da Fazenda Gabriel Galípolo é o novo diretor de Política Monetária e está chefiando a área que dá embasamento técnico para a decisão sobre juros. Já o servidor de carreira Ailton Aquino é o novo diretor de Fiscalização. Ex-braço direito do ministro Fernando Haddad, Galípolo pode introduzir a visão do governo no colegiado. Ele é visto como um possível sucessor do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em 2025.
A expectativa do mercado financeiro é de um início do ciclo de queda da taxa na reunião que começa hoje e divulga seu veredito amanhã. O governo também pressiona, com uma série de ministros ecoando as queixas de Lula sobre a Selic. Às vésperas da reunião Copom, ganhou força a pressão de auxiliares do presidente por uma queda mais substantiva da taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano.
Ontem, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que chefia a pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Rui Costa, da Casa Civil, defenderam que a Selic caia pelo menos 0,50 ponto percentual, e não 0,25 ponto, como espera parte do mercado, com base em sinalizações da autoridade monetária.
Após participar de um evento em São Paulo, Alckmin reforçou o coro por um corte de 0,5 pp. Ele tem argumentado que os juros precisam cair, para que a economia possa crescer. Nesta segunda-feira, ressaltou que o governo tem feito seu dever de casa.
— Entendemos que há todas as condições para ter uma redução forte da taxa Selic. Acho que o Brasil está vivendo um bom momento e fazendo as reformas — afirmou.